domingo, janeiro 13, 2013


A POLÍTICA DA MENTE - Uma mente, apenas uma.

Havia um conflito em uma mente. Diariamente o Bem e o Mal travavam batalhas sangrentas com o objetivo de conquistar o reino da mente. Seu Rei, que há muitos anos governava sem manter o equilíbrio sempre pendendo para uma das vertentes políticas, estava saturado. Este Rei, chamado Ser, possuía o cargo vitalício, mas simbólico. A qualquer momento o Bem ou o Mal poderiam assumir o controle.
Dias de caos iam e vinham. Um dia tudo estava na mais completa paz e no outro na mais verdadeira confusão. Os súditos deste reino se sentiam chacoalhados, pois, sendo massa de manobra, tentavam ao máximo dar apoio a lógica estabelecida. Portanto, independente de como a situação estava a confusão era soberana. Ser já não sabia mais como lidar com o jogo político de Bem e Mal.
Vendo que o seu reino estava ficando cada vez mais abatido e cada vez menos saudável o Rei resolveu tomar uma atitude drástica. Foi estabelecida uma ditadura e o seu principal lema foi “ninguém se pronuncia, ninguém dá opinião, apenas faz o que deve fazer”. As sedes dos partidos do Bem e do Mal foram fechadas e todos os órgãos voltados para o conhecimento temporariamente suspensos.
Desta forma o Rei Ser conseguiu manter o equilíbrio por determinado tempo. Não havia mais conflitos, pois a única força política se concentrava no Rei, toda fonte de conhecimento vinha de sua natureza e assim nada podia ser contestado. Entretanto, a produção de conhecimento estava estagnada. Os ministérios do Raciocínio e da Imaginação perderam seus papéis na formação da sociedade do Reino da Mente.
Acontece que um clima de tensão começou a ameaçar a paz artificial deste reinado. Um grupo formado pelas classes populares estava insatisfeito com o estado em que as coisas estavam, ou seja, estagnado. Esse grupo ficou conhecido como Emocional e seus principais membros eram o Amor, a Fé, a Vontade e o Ego. Suas principais reivindicações eram que após o início da ditadura o reino havia se enfraquecido e se tornado passivo perante as ameaças externas. O Reino da Mente ficou com uma imagem fraca perante seus semelhantes já que tudo era gerado na natureza do Rei Ser. O Reino havia se tornado superficial e impulsivo, o que o deixara vulnerável de ser invadido e atacado. Havia se limitado em si próprio.
Num belo dia o grupo Emocional, sob a liderança da Vontade, reuniu todos os súditos para tomar o controle do Reino. Chegando a sala Real só havia uma coisa certa a ser feita, eliminar o Rei. Porém a Vontade pediu a palavra e disse: “Por muitos anos fomos governados pelo Rei Ser e sozinho ele teve de manter o equilíbrio da vida política no qual estamos inseridos. Se viu atormentado pelo caos da guerra e num último suspiro de esperança resolveu instalar a ditadura que, apesar de ter enfraquecido nossa honra cultural, conseguiu manter a paz. Seria uma brutalidade extrema destruir a figura política mais importante que já tivemos. Então eu proponho que a partir de hoje façamos um reino diferente. Nosso governo será guiado por um conselho formado por mim, pela Fé, pelo Amor, pelo Ego, por um representante do Bem e por um do Mal, e seu líder será o Rei Ser. Os ministérios do Raciocínio e da Imaginação serão reativados, bem como os demais partidos citados. A partir de hoje proponho que todos os assuntos referentes ao nosso Reino sejam discutidos em reunião, mas a decisão final sempre será do Rei. Este deverá ser aconselhado por nós.”. No fim destas palavras todos aplaudiram e se abraçaram. Assim o Conselho da Sabedoria foi criado e o Reino da Mente viveu para sempre em equilíbrio, mas não perfeitamente, pois nada é perfeito.

FIM

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